Relatório Semanal Monitoramento Prudencial – dados referentes a semana 3 de Outubro

Últimos dados disponibilizados pela CCEE são de 30 de outubro, de 2025

O aumento da complexidade no Mercado Livre de Energia tem exigido ferramentas cada vez mais rigorosas para garantir a segurança financeira dos agentes. Nesse contexto, o Fator de Alavancagem (FA) se consolidou como um dos principais termômetros do risco prudencial no setor.

Neste relatório, apresentamos as mais recentes informações sobre o FA, organizadas em diferentes faixas de risco, oferecendo uma visão clara e atualizada sobre o cenário atual do setor.

A CCEE não divulgou o FA de algumas empresas por 3 situações distintas: 

• Empresas com Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) igual a zero ou não declarado;
• Empresas com PLA negativo; e
• Empresas que não enviaram a declaração de Monitoramento Prudencial.

Além disso, uma parte significativa das empresas apresenta FA igual a zero, que classificamos como uma faixa à parte.

Monitoramento Prudencial: Cresce o número de comercializadoras com Fator de Alavancagem igual a zero

O mercado livre de energia continua evoluindo, e os dados mais recentes da CCEE mostram uma tendência positiva no cenário do monitoramento prudencial. Segundo os dados divulgados em 30 de outubro de 2025 (semana 3 de outubro), o mercado conta com 508 comercializadoras de energia cadastradas.

Deste total, 320 empresas apresentaram Fator de Alavancagem (FA) igual a zero, o que representa 62,99% do total. Esse é um dos maiores percentuais registrados no semestre e indica uma postura mais conservadora das empresas diante do cenário atual — com menor exposição a riscos financeiros e maior solidez operacional.

Por outro lado, 44 comercializadoras (8,66%) ainda não declararam suas informações à CCEE, mantendo-se fora do radar do monitoramento prudencial. Essa ausência de dados pode representar um risco para a governança do setor, além de gerar incertezas regulatórias.

Abaixo, o gráfico compara a evolução da classificação das comercializadoras por faixa de FA entre as semanas 2 e 3 de outubro. A estabilidade no número de empresas com FA = 0 e a discreta variação nas faixas de risco reforçam um cenário de maturidade e cautela nas estratégias financeiras adotadas pelos agentes.

Interpretação da semana: o que os dados de alavancagem revelam sobre o mercado

Ao analisarmos a distribuição por faixa de Fator de Alavancagem (FA), observamos que a semana 3 de outubro apresentou pequenas, porém relevantes movimentações entre as faixas, sugerindo ajustes pontuais nas estratégias de algumas comercializadoras.

A principal mudança positiva foi o aumento na faixa FA 1, que passou de 88 para 93 empresas — uma alta de 5,68% em uma semana. Essa migração sugere que algumas empresas que estavam em faixas mais elevadas conseguiram reduzir sua alavancagem, sinalizando um movimento de readequação financeira diante das exigências regulatórias e da dinâmica do mercado.

Já nas faixas de maior risco (FA 2 a FA 5), a movimentação foi mais contida. O número de comercializadoras em FA 2 caiu levemente de 17 para 15, e as demais faixas (FA 3 a FA 5) permaneceram estáveis, cada uma com 4 empresas. Esse comportamento aponta para uma consolidação do perfil de risco dessas empresas — que, apesar de alavancadas, não demonstraram mudanças significativas no curto prazo.

Outro ponto de atenção permanece na categoria “Sem Declaração”, com 44 empresas — número idêntico ao da semana anterior. Esse grupo representa quase 9% do total de agentes e levanta alertas sobre governança e transparência no mercado livre de energia. A ausência de informações pode dificultar a atuação coordenada do setor e gerar riscos sistêmicos caso persistam por longos períodos.

Por fim, a estabilidade na quantidade de empresas com “PLA Negativo” (29 empresas) indica que não houve avanço significativo no processo de regularização dessas situações — o que reforça a necessidade de atenção contínua por parte dos órgãos reguladores e dos próprios agentes.

Principais insights da semana:

• Aumento na faixa FA 1 indica melhora no perfil de risco de parte das comercializadoras;

• Estabilidade nas faixas mais críticas sugere manutenção da alavancagem por parte de empresas mais expostas;

• A não-declaração persiste como um desafio para a transparência do monitoramento prudencial;

• O alto percentual de empresas com FA = 0 (62,99%) reforça a solidez geral do mercado neste ciclo.

A seguir você encontra informações relevantes sobre as movimentações da semana!

Mudanças de Faixa

Com base nos critérios de Faixa 1 a 5, apresentados na tabela acima, listamos as comercializadoras que tiveram alterações nas suas faixas de alavancagem durante a última semana.

O mais recente relatório de monitoramento prudencial da CCEE, referente à semana 3 de outubro de 2025, aponta que 15 comercializadoras de energia reduziram seu Fator de Alavancagem (FA), migrando para faixas de menor risco.

Embora nem todas tenham zerado sua alavancagem, como na semana anterior, esse movimento demonstra um esforço relevante do setor em mitigar riscos financeiros e buscar maior conformidade regulatória.

Essa transição de faixa reforça o cenário de readequação prudencial gradual, com empresas atuando para reduzir sua exposição — seja por meio de reforço de garantias, reestruturação de contratos ou ajustes operacionais.

Desceu de faixa

Cód. Agente	Sigla do Agente	202510002	202510003
112	ELECTRA ENERGY	FA = 2	FA = 1
116	ENGIE BR COM	FA = 3	FA = 2
1784	ENERGISA COM	FA = 2	FA = 1
5228	GAMA	FA = 1	FA = 0
6390	MEGA	FA = 1	FA = 0
15555	OT ENERGIA	FA = 5	FA = 3
49994	LOG ENERGIA	FA = 1	FA = 0
61042	BID	FA = 3	FA = 2
64455	BOREAL COM	FA = 1	FA = 0
68592	ENGIE TRADING	FA = 1	FA = 0
69685	OLYMPE	FA = 2	FA = 1
70960	CESP COM	FA = 2	FA = 1
86279	MASSARI	FA = 2	FA = 1
102090	CANYON	FA = 1	FA = 0
122582	NOVO ATACAREJO COM	FA = 1	FA = 0

O que os dados revelam?

• 7 comercializadoras zeraram seu FA, atingindo a faixa de menor risco (FA = 0);

• 5 empresas saíram de FA 2 para FA 1, reduzindo alavancagem, mas ainda com exposição moderada;

• 2 agentes com FA alto (ENGIE BR COM e BID) deram passos relevantes rumo a faixas mais seguras;

• E OT ENERGIA, que estava entre as mais alavancadas do mercado (FA = 5), conseguiu reduzir dois níveis, chegando a FA = 3, um movimento considerável de ajuste prudencial.

Esse conjunto de mudanças mostra que a gestão de risco financeiro está no centro da estratégia das comercializadoras, com atenção crescente à sua posição perante a CCEE e aos impactos de eventuais inadimplências, liquidações e garantias.

Confira abaixo as comercializadoras classificadas nas Faixas 2 e 3 de alavancagem:

Faixa 2

Cód. Agente	Sigla do Agente	202510003
116	ENGIE BR COM	0,212
117	ELERAC	0,355
4800	00_VPCOM	0,227
5449	CTGBRNE	0,374
6080	BOVEN ENERGIA	0,300
7860	MEGA WATT	0,265
11051	TRINITY ENERGIA	0,436
56832	RITMO COMERCIALIZADORA	0,244
59871	CRIPTON	0,254
61042	BID	0,499
63833	FORTE COM	0,277
69564	ARTEMIS COM	0,271
92407	QUANTACOM	0,217
104126	ENGEFORM COM	0,209
105654	CGN BRASIL	0,235

Faixa 3

Cód. Agente	Sigla do Agente	202510003
2999	AMERICA	0,704
9949	ATIAIA	0,637
15555	OT ENERGIA	0,769
109867	TRIEX ENERGIA	0,506

O comportamento das comercializadoras nesta semana reforça uma mensagem clara: o mercado livre de energia está cada vez mais atento às exigências prudenciais e disposto a agir com responsabilidade diante de um cenário regulatório em constante evolução. Acompanhar essas movimentações semana a semana não é apenas uma prática de conformidade, mas uma vantagem competitiva para quem busca se antecipar a riscos e tomar decisões mais estratégicas.

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