Ranking Nacional de Consumidores Livres, Especiais e Autoprodutores de Energia – dados referente a outubro/25


Fonte: Elaborado pela Thunders a partir da seção Dados Abertos do site da CCEE atualizado em dezembro, com dados de outubro de 2025

O Brasil conta, atualmente, com 13.857 agentes consumidores livres, especiais ou autoprodutores de energia devidamente registrados na CCEE. Esses agentes possuem 44.775  unidades consumidoras espalhadas por todo país, as quais totalizaram um consumo de 28.379 MW no último mês de setembro e 27.943 MWm nos últimos 12 meses

 

RANKING POR CONSUMO

Considerando o volume de energia consumido no último mês de referência, os 10 maiores consumidores do ACL demandaram um total de 4.740,3 MW médios. Isso representa 16,70% do volume total consumido no mercado livre (28.379 MWm em outubro/2025).

Além disso, os 5 primeiros colocados concentram 2.977,7 MW médios, o equivalente a 10,49% de toda a carga do ACL.

Mesmo representando apenas 1,05% do total de unidades consumidoras (471 UCs de um total de 44.745), os líderes em consumo exercem papel central na demanda do mercado — evidenciando a forte concentração de carga em grandes consumidores industriais.

Principais destaques do ranking:

      • ALBRAS mantém sua liderança isolada com 818,0 MW médios, mantendo apenas 1 unidade consumidora (UC). Essa configuração reforça seu perfil de altíssima densidade energética individual, sendo o consumidor mais intensivo do ACL.

      • Na sequência, CVRD (Vale) preserva a vice-liderança com 649,2 MW, distribuídos entre 25 UCs — o que indica presença em múltiplos polos industriais e operação descentralizada.

      • As empresas CBA e ALCOA permanecem em destaque, com 610,7 MW e 484,2 MW, respectivamente, mesmo com apenas 4 e 3 unidades consumidoras. Esses números evidenciam alta concentração de carga por site e eficiência energética.

      • Já a Arcelor JF COM aparece em 5º lugar, com 415,6 MW, seguida de perto pela KLABIN PUMA, que avança para a 6ª posição com 407,6 MW, ultrapassando a BRASKEM, que agora ocupa a 7ª colocação com 382,8 MW. Essa movimentação demonstra uma disputa acirrada e constante entre os grandes players, com oscilações relacionadas a ajustes operacionais e sazonalidade.

      • A PETROBRAS PIE mantém-se como uma das líderes em pulverização de carga, ocupando o 8º lugar com 370,8 MW distribuídos em 42 unidades consumidoras.

      • Em 9º lugar, SOUTH32 se mantém estável, com 308,2 MW e apenas 2 UCs, refletindo um perfil industrial altamente concentrado.
      • Por fim, a SABESP consolida sua posição no Top 10, ocupando a 10ª colocação com 293,2 MW médios e o maior número de unidades entre os líderes: 339 UCs. Isso reforça seu perfil de operação pulverizada e de uso intensivo distribuído, típico de empresas com atuação em redes e serviços.

Confira os principais agentes:

Tabela 1: Ranking de consumidores por consumo

Rank VolumeSiglaVolume (MW)UCs
1ALBRAS818,01
2CVRD649,225
3CBA610,74
4ALCOA484,23
5ARCELOR JF COM415,616
6KLABIN PUMA407,622
7BRASKEM382,817
8PETROBRAS PIE370,842
9SOUTH32308,22
10SABESP293,2339
Fonte: Elaborado pela Thunders a partir da seção Dados Abertos do site da CCEE atualizado em dezembro de 2025, com dados de outubro de 2025

Análise do mês: estabilidade no topo, com sinais de expansão pulverizada

Ao analisar o novo ranking dos maiores consumidores do ACL em outubro de 2025, percebe-se uma estabilidade na composição do Top 10, sem mudanças na lista de empresas. No entanto, os dados revelam movimentações relevantes nos volumes e no número de unidades consumidoras (UCs) — aspectos que merecem destaque.

Apesar de uma leve queda no volume total consumido pelo grupo (agora em 4.740,3 MW médios), algumas empresas apresentaram aumento no número de UCs, sugerindo estratégias de pulverização e expansão territorial das operações.

Entre os destaques, está a SABESP, que saltou de 296 para 339 unidades consumidoras. Esse avanço reforça o perfil da empresa como um agente intensivo e altamente descentralizado, presente em múltiplos pontos de consumo e com elevado uso de energia — típico de segmentos como saneamento e serviços públicos.

Além disso, empresas como KLABIN PUMA (22 UCs) e PETROBRAS PIE (42 UCs) continuam a apresentar operações amplamente distribuídas, possivelmente associadas a plantas industriais dispersas, centros logísticos e polos de produção em diferentes regiões do país.

Por outro lado, companhias como ALBRAS, CBA e ALCOA mantêm um padrão oposto: operam com apenas 1 a 4 UCs, mas concentram volumes superiores a 400 MW médios. Isso evidencia um modelo de consumo com altíssima densidade energética, comum em siderurgia, metalurgia e indústrias de base — reforçando o papel estratégico desses setores no mercado livre.

O que os dados indicam?

  • O mercado permanece altamente concentrado em grandes volumes, mas com sinais claros de pulverização em médio porte, especialmente por meio do aumento de UCs;
  • A diversidade de perfis — com grandes consumidores industriais e operações pulverizadas — reforça a complexidade, competitividade e maturidade do Ambiente de Contratação Livre;
  • Estratégias distintas convivem no mercado: de um lado, alta densidade energética; de outro, distribuição geográfica e expansão de múltiplos pontos de consumo.

RANKING POR QUANTIDADE DE UCs

A análise por número de unidades consumidoras (UCs) no ACL revela, mais uma vez, um cenário completamente distinto daquele observado no ranking por volume de energia. Em vez da concentração em poucas empresas com altas cargas, este ranking destaca a pulverização e a capilaridade operacional.

  • As 20 empresas com maior número de UCs somam agora 7.712 unidades consumidoras, o que representa 17,39% do total de 44.775 UCs ativas no ACL em outubro de 2025.
  • Juntas, essas empresas consumiram 1.043,39 MW médios no mês de referência — o que reforça um perfil de alta pulverização, com consumo médio de apenas 0,13 MW por unidade.

Este comportamento sinaliza um mercado em expansão horizontal, com forte entrada de novos agentes com cargas menores e uma ampla diversidade de perfis de consumo.

Confira quem são esses principais agentes por quantidade de UCs:

Tabela 2: Ranking de consumidores por quantidade de UCs

Rank UCsSiglaUCSVolume (MM)
1SENEPAR84477,18
2B2W CE69022,15
3EMBASA56694,96
4BRADESCO489618,62
5CORSAN49045,96
6ITAU CL548422,76
7CUTRALE I45142,10
8VIAVAREJO43610,35
9CBD41054,94
10SABESP339275,47
11SUPER BH 00133627,68
12ASSAI ATACADISTA319123,68
13SANTANDER30213,98
14RENNER MATRIZ29319,22
15TELEFONICA26866,22
16VTAL25320,10
17BRASIL TELECOM25238,45
18BURGER KINK2457,70
19WMS SUPER23861,72
20RIACHUELO23161,72
Fonte: Elaborado pela Thunders a partir da seção Dados Abertos do site da CCEE atualizado em dezembro de 2025, com dados de outubro de 2025

Destaques estratégicos do novo ranking:

  • SENEPAR segue isolada na liderança, com 844 UCs e consumo de 77,18 MWm — representando cerca de 7,03% da carga total entre os 20 primeiros colocados. Esse número reforça seu perfil amplamente pulverizado, com consumo médio individual relativamente baixo e forte capilaridade operacional no setor de saneamento.
  • B2W CE, com 690 unidades consumidoras, mantém a 2ª colocação no ranking. Mesmo com consumo reduzido (22,15 MWm), a média por unidade é de apenas 0,032 MWm, evidenciando um modelo de negócio voltado à distribuição em pontos de consumo de pequeno porte, com destaque para varejo e e-commerce.
  • EMBASA assegura novamente a 3ª posição, com 566 UCs e um volume elevado de 94,96 MWm, demonstrando alta intensidade energética. Esse desempenho reforça a presença relevante da empresa no setor de saneamento, com grande demanda por energia em suas operações.
  • SABESP mantém-se entre os destaques, agora na 10ª colocação, com 339 UCs e 275,47 MWm de consumo — sendo a empresa com maior carga elétrica entre as 20 listadas. A média de consumo por unidade atinge impressionantes 0,812 MWm, o que revela um modelo intensivo de operação, voltado para grandes demandas energéticas distribuídas em larga escala.

O que os dados indicam?

Os dados atualizados indicam uma tendência clara de expansão horizontal no mercado livre de energia. Isso porque muitas empresas, mesmo com baixo consumo médio por unidade, mantêm grande número de pontos de uso — reforçando a presença de operações amplamente distribuídas em setores como varejo, saneamento, serviços financeiros e e-commerce.

Além disso, a análise evidencia uma diversidade estratégica de atuação:

  • De um lado, vemos empresas com perfil pulverizado, como SENEPAR e B2W CE, que concentram elevado número de UCs, mas com baixa demanda energética individual — um padrão típico de operações descentralizadas e capilarizadas.
  • De outro, aparecem empresas como SABESP e EMBASA, que combinam grande quantidade de unidades com volumes expressivos de consumo, revelando operações híbridas que exigem infraestrutura robusta e forte gestão energética.

Ainda mais interessante é a presença de players com altíssima densidade energética, como ALBRAS, ALCOA e CBA, que, mesmo com apenas 1 a 4 UCs, sustentam cargas acima de 400 MW médios. Esse contraste reforça a complexidade e a maturidade do Ambiente de Contratação Livre (ACL), que consegue acomodar tanto grandes indústrias de base quanto redes de consumo pulverizado.

Por fim, os dados reforçam que o ACL está em um estágio avançado de desenvolvimento, com forte adesão de empresas de médio porte, que vêm impulsionando a descentralização do mercado e promovendo uma transição rumo a um modelo mais competitivo, diverso e acessível.

ANÁLISE POR FAIXAS DE VOLUME

A segmentação por faixas de volume no Ambiente de Contratação Livre (ACL) permite observar de forma clara como a energia consumida está distribuída entre diferentes perfis de consumidores. Apesar do crescimento no número de agentes, os dados de outubro/2025 mostram que a concentração nas faixas de maior volume permanece intensa, o que revela uma estrutura de mercado que combina expansão e concentração.

Confira abaixo a análise por faixa de carga:

Tabela 3: Segmentação por faixas de volume de energia consumido

FaixaDeAtéAgentesVolume (MWm)% Agentes% Volume%UCs
11001.000369.2110,26%32,96%2,89%
250100352.4920,25%8,92%6,77%
33050481.8820,35%6,74%4,43%
410302373.9081,71%13,99%15,35%
55103252.2532,35%8,06%7,62%
6353971.5142,87%5,42%6,66%
7131.8923.16313,67%11,32%15,62%
80,512.3141.62716,71%5,82%12,00%
90,30,52.28088516,47%3,17%9,42%
100,10,34.79391534,62%3,28%15,39%
1100,11.4879310,74%0,33%3,83%
1200000,00%0,00%0,00%
Fonte: Elaborado pela Thunders a partir da seção Dados Abertos do site da CCEE atualizado em dezembro de 2025, com dados de outubro de 2025

Principais destaques:

Faixa 1: Alta concentração em poucos agentes

  • Antes de mais nada, é importante destacar que apenas 36 agentes (0,26%) consomem mais de 100 MW médios/mês, evidenciando um perfil extremamente concentrado.
  • Além disso, esses poucos agentes são responsáveis por impressionantes 32,96% de toda a energia consumida no ACL — o que reforça a presença de grandes consumidores industriais com altíssima demanda energética.
  • Adicionalmente, essas empresas concentram somente 2,89% das unidades consumidoras (UCs), evidenciando uma densidade energética muito elevada, especialmente em setores como siderurgia, mineração e metalurgia pesada.

Faixas 2 a 4: Perfil industrial e de média capilaridade

Na sequência, estão os consumidores que operam entre 10 e 100 MW médios/mês (faixas 2, 3 e 4). Ao todo, são 324 agentes (2,39%), que concentram 26,87% do consumo total no ACL.

  • A faixa 4 (10 a 30 MW) é particularmente relevante, com 241 agentes que concentram 14,17% da carga e operam 6.83% das UCs — um retrato claro de empresas com atuação regional ou com múltiplas unidades industriais.
  • Especificamente, a faixa 4 (10 a 30 MWm) é destaque, com 241 agentes, que consomem 14,17% da carga e concentram 14,84% das UCs — o que sugere a atuação de empresas com operações em múltiplos sites industriais e capilaridade regional.
  • Essas faixas representam um volume robusto de consumo com distribuição moderada de UCs, formando um perfil típico de média capilaridade e estrutura operacional distribuída.

Faixas 7 a 10: Popularização e pulverização do ACL

  • Por outro lado, as faixas 7 a 10 (0,1 a 3 MW) somam 13.933 agentes (98,19%), que concentram 55,63% das UCs — um retrato fiel da popularização do ACL entre pequenas e médias empresas.
  • Contudo, vale notar que, apesar de representarem quase 100% dos agentes, essas faixas somam apenas 20,01% da carga total, revelando um consumo médio muito mais modesto.
  • A faixa 7 (1 a 3 MW), por exemplo, reúne 13,65% dos agentes, mas concentra somente 11,33% das UCs e 5,83% do volume, reforçando o perfil de empresas de médio porte com consumo moderado.

Mas o que os dados revelam?

A análise de faixas de volume confirma que o mercado livre de energia brasileiro apresenta uma dupla dinâmica:

  • Por um lado, a alta concentração do consumo nas faixas superiores permanece, com poucos agentes concentrando grande parte da carga total;
  • Por outro, há uma clara expansão na base de agentes com consumo menor — o que demonstra o amadurecimento do ACL, cada vez mais acessível a empresas de menor porte.

Esse comportamento reforça um cenário diverso, competitivo e descentralizado, com espaço tanto para grandes players industriais, quanto para novos entrantes de médio e pequeno porte.

Consumo no ACL: estabilidade em patamares elevados reforça amadurecimento do mercado

O Ambiente de Contratação Livre (ACL) segue demonstrando uma trajetória de crescimento consistente, marcada por oscilações sazonais controladas e por uma expansão contínua da base de consumidores ao longo dos últimos anos.

  • Em 2022 e 2023, o consumo permaneceu relativamente estável, com variações pontuais mês a mês;
  • A partir de 2024, observou-se uma aceleração mais consistente, com vários meses superando a marca de 28.000 MW médios.
  • Em 2025, essa tendência se consolidou: praticamente todos os meses do ano mantêm o consumo em níveis elevados e estáveis, indicando o fortalecimento de uma nova base elevada de demanda no mercado livre de energia.

Apesar de outubro/2025 não ter superado os picos anteriores, os dados revelam manutenção do patamar superior, reforçando a leitura de um ACL mais maduro, sólido e previsível.

Os dados consideram o somatório da carga dos agentes consumidores livres, especiais e autoprodutores.
Não estão incluídas as cargas associadas às Comercializadoras Varejistas.

*Considera o somatório da carga dos agentes consumidores livres, especiais e autoprodutores

Gráfico 1: Evolução no consumo de energia no ACL

Leitura do mês:

O gráfico evidencia que outubro/2025 manteve o consumo dentro da faixa elevada, mesmo com leve variação em relação a setembro. Essa continuidade reforça a estabilização da nova base de consumo do ACL — uma das principais marcas do mercado ao longo de 2025.

Além disso, a consistência do desempenho, mesmo diante de oscilações naturais, confirma a presença de uma demanda robusta e previsível, cada vez mais sustentada por:

  • A ampliação da base de consumidores, com maior presença de pequenas e médias empresas;
  • O fortalecimento das migrações para o ACL, ampliando a pulverização da carga;
  • E a presença recorrente de grandes consumidores industriais, que continuam sustentando a maior parte da carga total.

Consequentemente, essa estabilidade é um sinal claro de amadurecimento do ACL, que avança como um modelo energético robusto, competitivo e cada vez mais acessível para diferentes perfis de consumidores.

Quantidade de Unidades Consumidoras no ACL: outubro consolida nova fase de crescimento acelerado

A migração de empresas para o Ambiente de Contratação Livre (ACL) segue em forte aceleração. O gráfico atualizado com os dados de outubro/2025 confirma que esse movimento permanece em uma trajetória ascendente, com crescimento contínuo ao longo dos últimos anos e intensificação expressiva em 2025.

De forma clara, o mês de outubro consolida mais um avanço expressivo, com o número total de unidades consumidoras (UCs) alcançando um novo patamar e batendo recorde histórico, reforçando a curva de crescimento que já caracteriza a maturidade do ACL.

Gráfico 2: Evolução da quantidade de UCs no ACL

Perfil da expansão

  • O crescimento é impulsionado, principalmente, pela adesão de consumidores especiais (CE), que continuam liderando os volumes de novas entradas e representam a maior parte das adesões mensais ao mercado livre;
  • Ao mesmo tempo, os consumidores livres (CL) mantêm uma presença estável, com tendência de alta, indicando amadurecimento competitivo e diversificação dos perfis consumidores;
  • Além disso, a presença dos autoprodutores (AP) segue discreta, mas constante, com papel relevante em nichos estratégicos como mineração, química e agroindústria.

Portanto, a ampliação sustentada da base de UCs confirma que o ACL está cada vez mais acessível para pequenos e médios consumidores, especialmente de setores como varejo, serviços, agronegócio e operações descentralizadas.

O ACL avança como modelo de energia para o futuro

Ao longo de 2025, os dados mostram que o Ambiente de Contratação Livre está consolidando um novo padrão de consumo e adesão. De um lado, temos o fortalecimento das grandes cargas industriais; de outro, o avanço de novos entrantes com menor volume, que ampliam a capilaridade do mercado.

Com isso, o ACL se firma como um modelo energético mais competitivo, flexível e descentralizado, sendo cada vez mais relevante para empresas de todos os portes e segmentos.

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