Relatório Semanal Monitoramento Prudencial – dados referentes a semana 5 de Outubro

Últimos dados disponibilizados pela CCEE são de 13 de novembro, de 2025

O aumento da complexidade no Mercado Livre de Energia tem exigido ferramentas cada vez mais rigorosas para garantir a segurança financeira dos agentes. Nesse contexto, o Fator de Alavancagem (FA) se consolidou como um dos principais termômetros do risco prudencial no setor.

Neste relatório, apresentamos as mais recentes informações sobre o FA, organizadas em diferentes faixas de risco, oferecendo uma visão clara e atualizada sobre o cenário atual do setor.

A CCEE não divulgou o FA de algumas empresas por 3 situações distintas: 

• Empresas com Patrimônio Líquido Ajustado (PLA) igual a zero ou não declarado;
• Empresas com PLA negativo; e
• Empresas que não enviaram a declaração de Monitoramento Prudencial.

Além disso, uma parte significativa das empresas apresenta FA igual a zero, que classificamos como uma faixa à parte.

Monitoramento Prudencial: Cresce o número de comercializadoras com Fator de Alavancagem igual a zero

O mercado livre de energia segue apresentando sinais de amadurecimento, e os dados mais recentes divulgados pela CCEE reforçam essa tendência. Conforme o relatório referente à semana 5 de outubro de 2025, o número de comercializadoras de energia cadastradas se mantém em 508 agentes.

Entre elas, 326 empresas apresentaram Fator de Alavancagem (FA) igual a zero, representando 64,17% do total. Este é um dos índices mais elevados registrados recentemente e evidencia um comportamento mais cauteloso por parte dos agentes, que buscam minimizar sua exposição ao risco financeiro e operar com maior robustez institucional.

Por outro lado, 28 comercializadoras (5,51%) seguem sem declarar suas informações à CCEE, permanecendo fora do alcance do monitoramento prudencial. Essa ausência de dados, além de dificultar a transparência regulatória, pode representar riscos à governança do setor, especialmente em momentos de maior volatilidade.

Além disso, observamos uma ligeira redução no número de empresas com FA negativo, o que contribui para o cenário de reequilíbrio gradual e reflete o esforço contínuo do setor em alinhar-se às boas práticas de gestão prudencial.

O gráfico abaixo compara a evolução das classificações por faixa de FA nas últimas três semanas, mostrando que, apesar de pequenas variações nas faixas de risco, a estabilidade das empresas com FA = 0 permanece como destaque. Isso reforça uma percepção positiva de maturidade operacional e solidez financeira no ambiente competitivo do mercado livre.

Principais Insights do Relatório Prudencial – Semana 5 de Outubro/25

1. Estabilidade em alto nível no FA = 0

• O número de empresas com Fator de Alavancagem igual a zero (FA = 0) subiu de 319 para 326, mantendo o patamar acima de 64% do total de comercializadoras.
• Isso demonstra continuidade de uma postura conservadora, com agentes evitando exposição ao risco financeiro e priorizando solidez operacional.

2. Aumento expressivo nas empresas com FA 1

• Houve um aumento de 87 para 97 agentes na faixa de FA 1, o que pode indicar:
  • Reclassificações naturais após ajustes financeiros.
  • Uma possível movimentação de empresas saindo de FA 0 por pequenas variações nos seus indicadores.
• Essa faixa ainda representa baixo risco, mas sinaliza que alguns agentes estão se afastando do zero absoluto, o que pode ser monitorado.

3. Redução nas faixas de risco intermediário

• Houve queda nas faixas FA 2, FA 3 e FA 4, o que sugere uma melhoria gradual na estrutura de capital dessas empresas.
• O movimento reforça a tendência de readequação prudencial em curso, com empresas buscando migrar para faixas mais seguras.

4. Leve redução no número de empresas com FA negativo

• De 31 para 27 empresas: um sinal positivo de recuperação de equilíbrio financeiro entre agentes em maior risco.
• Isso indica que algumas empresas estão conseguindo ajustar seus indicadores para sair da condição mais crítica.

5. Persistência nas não declarações

• Esse grupo representa um ponto de atenção regulatória, pois segue fora do radar da CCEE, o que pode gerar riscos à transparência e à governança setorial.
• O número de empresas sem declaração (28) permanece estável.

Conclusão Estratégica

O mercado livre de energia segue demonstrando resiliência e amadurecimento. O crescimento contínuo de agentes com FA = 0, aliado à queda nas faixas mais arriscadas, mostra que as estratégias financeiras mais prudentes estão se consolidando como padrão no setor.

Ao mesmo tempo, o aumento em FA 1 e a persistência de empresas não declarantes sugerem que o monitoramento ativo deve continuar, garantindo que todo o ecossistema avance de forma equilibrada e transparente.

Mudanças de Faixa: Redução no ritmo de agentes que baixam exposição no monitoramento prudencial

Com base nos critérios de classificação por faixas de alavancagem (FA 1 a FA 5), a semana 5 de outubro de 2025 traz novos dados que indicam um ritmo mais lento de reclassificações positivas entre as comercializadoras. Ainda assim, o cenário reforça o comprometimento contínuo com a redução de risco financeiro no mercado livre de energia.

Segundo o mais recente relatório de monitoramento prudencial da CCEE, 5 agentes reduziram seu Fator de Alavancagem, migrando para faixas de menor risco, com destaque para três deles que zeraram seu FA, alcançando o patamar de FA = 0.

Embora o número total de migrações tenha sido inferior ao observado nas semanas anteriores, o movimento ainda sinaliza esforços de reequilíbrio financeiro e conformidade regulatória — essenciais para a saúde do setor.

Desceu de faixa

Cód. Agente	Sigla do Agente	202510004	202510005
116	ENGIE BR COM	FA = 2	FA = 0
69685	OLYMPE	FA = 2	FA = 1
72374	DNA ENERGIA	FA = 1	FA = 0
72375	DNA ENERGIA RS	FA = 1	FA = 0
105654	CGN BRASIL	FA = 2	FA = 1

Análise dos dados:

• Apenas três empresas atingiram FA = 0: ENGIE BR COM, DNA ENERGIA e DNA ENERGIA RS. Essa transição demonstra foco na solidez financeira e mitigação de riscos em um cenário ainda desafiador.

• Outras duas empresas (OLYMPE e CGN BRASIL) também reduziram sua alavancagem, embora ainda operem em faixas de risco mais moderadas.

• Em comparação com semanas anteriores, houve uma queda relevante no volume de reclassificações positivas, o que pode sinalizar um período de estabilidade após ondas recentes de ajuste.

• A desaceleração nas reduções de FA reforça a importância de monitoramento contínuo, especialmente para acompanhar se essa tendência reflete uma acomodação saudável ou uma pausa temporária nas readequações.

Apesar de menos expressivo em volume, o movimento da semana reforça a importância da disciplina prudencial no setor. O fato de novos agentes alcançarem FA = 0, ainda que em menor número, confirma que a busca por conformidade regulatória, reestruturação financeira e governança sólida permanece ativa.

Essa tendência mais comedida pode indicar que muitas empresas já atingiram seus objetivos prudenciais ou estão em fase de consolidação das estratégias adotadas nas semanas anteriores.

Confira abaixo as comercializadoras classificadas nas Faixas 2 e 3 de alavancagem:

Faixa 2

Cód. Agente	Sigla do Agente	202510005
112	ELECTRA ENERGY	0,431
1784	ENERGISA COM	0,259
4800	00_VPCOM	0,240
6080	BOVEN ENERGIA	0,348
11051	TRINITY ENERGIA	0,438
56832	RITMO COMERCIALIZADORA	0,244
59871	CRIPTON	0,246
63439	BISMUT COM	0,264
63833	FORTE COM	0,299
69564	ARTEMIS COM	0,236
70960	CESP COM	0,208
88643	QAIR COMERCIALIZACAO	0,221
92407	QUANTACOM	0,241
104126	ENGEFORM COM	0,413

Faixa 3

Cód. Agente	Sigla do Agente	202510005
2999	AMERICA	0,735
5449	CTGBRNE	0,746
9949	ATIAIA	0,870
12712	ZETA ENERGIA	0,522
15555	OT ENERGIA	0,929
61042	BID	0,670
109867	TRIEX ENERGIA	0,544

O comportamento das comercializadoras nesta semana reforça uma mensagem clara: o mercado livre de energia está cada vez mais atento às exigências prudenciais e disposto a agir com responsabilidade diante de um cenário regulatório em constante evolução. Acompanhar essas movimentações semana a semana não é apenas uma prática de conformidade, mas uma vantagem competitiva para quem busca se antecipar a riscos e tomar decisões mais estratégicas.

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